O que os Relatórios de Performance Não Contam Sobre Sucesso
- Val Ritis
- 24 de jul.
- 3 min de leitura

Existe um paradoxo silencioso no mundo corporativo: por trás dos profissionais mais brilhantes, muitas vezes existe alguém que, em segredo, se sente uma fraude.
Ontem tive uma sessão de mentoria com uma cliente que admiro profundamente. Ela é mãe de uma criança de 3 anos e, ao mesmo tempo, ocupa uma posição de alta liderança em uma das maiores empresas do setor de bens de consumo. Só essa combinação já seria motivo de aplauso, mas o que me chama a atenção é a forma como ela faz isso tudo acontecer com tanta presença.
Nos últimos anos, ela entregou resultados consistentes, superando metas, mantendo sua equipe altamente engajada e com baixíssimo turnover, e ainda ampliando sua carteira de clientes. Seu nome é respeitado dentro da companhia. É vista como referência técnica e comportamental.
Há dois meses, tenho acompanhado sua transição para um novo desafio. Ela foi convidada para liderar uma parte estratégica de um projeto que pode representar um aumento de até 5% na receita da unidade de negócios da empresa na América Latina. Um movimento que envolve gestão de equipes, relacionamento com stakeholders e liderança de mudanças internas, e que pode abrir novas portas em sua carreira.
Mas, ao contrário do que se espera, essa transição não está sendo vivida com entusiasmo. Na verdade, ela tem sido atravessada por dúvidas, inseguranças e um certo incômodo silencioso, que muitas vezes ela mesma não consegue nomear.
E talvez surja aqui uma pergunta que muitas pessoas fazem em silêncio: Como alguém com esse histórico tão sólido ainda pode duvidar de si mesma?
É nesse momento que surge um sentimento conhecido, mais comum do que se imagina, especialmente em profissionais de alta performance: a Síndrome do Impostor. Esse sentimento se alimenta justamente do que não aparece nos relatórios, nas promoções ou nos aplausos.
Muitas vezes, profissionais como ela chegaram onde chegaram porque aprenderam a se cobrar demais, a entregar sempre um pouco além, a se antecipar às críticas antes mesmo que elas venham. Elas construíram suas carreiras com excelência - mas, em muitos casos, movidas por padrões internos que exigem perfeição, que nunca relaxam, que dizem que o próximo erro pode custar tudo. O sucesso, nesses casos, coexiste com a autocrítica constante.
A avaliação 360º recente feita com os executivos da empresa deixou isso claro: os outros a veem com olhos muito mais generosos e confiantes do que os que ela mesma usa para se enxergar. E é exatamente aí que meu papel como mentora começa a se aprofundar.
Quando um profissional com todas essas conquistas não consegue reconhecer sua própria competência, algo dentro dessa pessoa está tentando contar uma história antiga. Uma parte emocional que talvez tenha aprendido, desde muito cedo, que era preciso se provar o tempo todo, ou que, mesmo ao dar o melhor de si, não era o suficiente.
E não, não é fraqueza. É humano.
É o que acontece quando partes nossas ficam presas em experiências passadas, ainda esperando por validação, segurança ou espaço para existir.
Com ela, estamos trabalhando justamente isso com a metodologia I-Avatars™, que desenvolvi especialmente para esse tipo de jornada: ouvir essas vozes com respeito, acolher as emoções que surgem, e reconstruir uma imagem mais verdadeira de si mesma - não baseada no medo, mas na sua história, na sua entrega e no impacto que ela já causa todos os dias.
Porque mais importante do que entregar o projeto com excelência, é viver essa jornada com leveza, autonomia e prazer. É saber que o que ela ensina ao seu time também vale para si mesma: que liderar não é só conduzir metas, mas também conduzir a si mesma, com coragem, compaixão e consciência.
E, no fim das contas, quando ela se vê com mais clareza, todo o sistema ao redor dela se fortalece:
Sua equipe ganha mais autonomia
A empresa se torna mais ágil e humana
Os clientes sentem a diferença
E ela mesma caminha com mais firmeza, menos ansiedade e mais autenticidade
A jornada do líder não precisa ser solitária, nem exaustiva.
Quando nos reconectamos com quem realmente somos, ela deixa de ser sofrida para ser vivida com prazer e presença.
É aí que a liderança se torna mais leve, mais autêntica, e infinitamente mais poderosa.
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Você já se sentiu assim ou presenciou essa dinâmica no seu ambiente de trabalho?
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